segunda-feira, 16 de junho de 2014

NEM POETA - NEM POESIA!

O som do sertão é simples, calmo e curiosamente chorado. É também alegria nas festas e folias onde o povo se lança e se encontra pra cantar suas cantigas e esquecer-se das amarguras da vida, onde os causos são contados como registros do passado que nunca se apaga. A rotina não é fácil, mas é povo dali segue firme e forte na lida com suas roças ou em suas fazendas de gado. 

O som que é ouvido costumeiramente no sertão pode ser da própria natureza, chuva caindo ou pássaros e outros bichos na mata se divertindo. Mas também, tudo isso pode ser acompanha por dez cordas de aço, que deixa tudo mais encantado. Quando tal instrumento é bem tocado arrepia até alma, pois é um som que acalma e ao mesmo tempo nos agita, pois na catira toda poeira se levanta fazendo até velho voltar a ser criança se lembrando da infância nesse rico chão brasileiro. 

Todos a conhecem como viola, mas ela é muito mais que isso. Do caboclo é companheira fiel e, pra muitos na cidade é o sustento. Sendo eclética e poética, não discrimina ninguém, mas nem todos que a tocam lhe dão o devido valor, reduzindo a apenas um gênero impedindo que seu brilho seja intensamente explorado. Pra toca la com maestria não precisa professor, requer apenas dedicação, carinho e amor para que assim ela sinta acalentada e suas cordas bem afinadas seus acordes e ponteios saiam sem causar nenhuma dor. 

Não sou poeta, nem poesia. Não tenho quase nenhum talento, sou apenas um admirador desse magnífico instrumento. A viola contagia a todos por sua simplicidade, mas ai que mora um grande engano, pois de simples não tem nada e por isso causa tanto encanto.

PONTO DE VISTA
poxoreupdv@gmail.com

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