segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Terras Indígenas de Jarudore - Poxoréu - Mato Grosso!! Bem perto da gente!




Índios invadem propriedade e o clima fica tenso em Jarudore

O clima está tenso na aldeia de Jarudore, em Poxoréu, no sul de Mato Grosso. Os índios que vivem lá querem retomar uma área que fica dentro da reserva e denunciam que estão sendo ameaçados.
Na Reserva Jarudore, a 50 quilômetros de Poxoréu, sul de Mato Grosso, vivem hoje 27 índios da etnia bororo. Eles querem ampliar a área onde moram porque dos 4,7 mil hectares da reserva, as famílias ocupam apenas 15 hectares. No restante, posseiros vivem há mais de 50 anos.
Os índios denunciam que há uma semana passaram a receber ameaças e pouco tempo depois, decidiram entrar em uma propriedade que fica bem ao lado da aldeia.
A gente entra na Justiça pedindo ampliação conforme a lei, mas ninguém escuta a gente, então encontramos este pedaço vazio e invadimos”, diz Anilton Bapo Cereu, índio bororo.
A Reserva Jarudore é alvo de uma ação da Justiça Federal desde 2006. O processo tem mais de 3 mil páginas. No último despacho, a juíza determinou a intimação de mais de 500 réus, o que ainda não terminou. Na ação, o Ministério Público Federal pede a saída dos produtores que vivem no local.
A gerência da Funai, em Cuiabá, informa que está acompanhando o caso. Eles orientaram os índios a procurarem a Polícia Federal e o Ministério Público para denunciar as ameaças.
Clique aqui para assistir a reportagem da TV Centro América.

PONTO DE VISTA
poxoreupdv@gmail.com

domingo, 8 de dezembro de 2013

PALAVRAS...

Padre Pedro

Grazie, Pietro.
Wallace Rodolfo
E o sócios da Pia Sociedade de São Francisco de Sales, os Salesianos, estão encerrando, nos próximos meses, um ciclo de décadas em Poxoréu. Certamente tem seus motivos para fazê-lo. Também nós, crentes no Espírito Santo, sabemos que o próprio Senhor envia o que é melhor para cada momento.
Entretanto, não é disso que quero falar. O motivo da minha reflexão é que, junto com os salesianos, irá embora de Poxoréu o homem que mais ama esta terra, o que mais bem fez ao nosso povo, o que cumpriu um papel do Estado, alguém que amou esta cidade como ninguém: Padre Pedro Melesi. 89 anos de idade, 60 anos de Sacerdócio e 50 anos de Poxoréu.
No domingo, dia 17 de novembro, a Comunidade de Santos Reis, fundada e erguida por ele e por toda comunidade, organizou uma celebração em homenagem a esse homem que, mesmo maltratado pelo tempo, continua sua missão de evangelizar da maneira mais simples que existe. Uma celebração marcada pela emoção e por um profundo sentimento de gratidão ao Padre Pedro que, saído da Itália, adotou Poxoréu como sua terra querida.
Ao som de “Senhor, quem entrará no santuário pra te louvar? Quem tem as mãos limpas e o coração puro, Quem não é vaidoso e sabe amar” entrou, saindo da sacristia, o Presidente da Celebração, Padre Pedro Melesi, sustentado por uma força que só pode ser Deus e senta-se no banco cantando, quase que sussurrando e, devotamente, olha para as duas grandes imagens que ele trouxe da Itália, uma de Jesus Sofredor e o outra de Maria, o olhar dele revelava uma entrega semelhante ao que assistimos com Beato João Paulo II, parecia ouvir Padre Pedro dizer: “Obrigado por me fazer chegar até aqui e ter feito bem a esse povo que hoje está aqui para celebrar junto comigo.”
Fiquei pensando no que Poxoréu fez para reconhecer o que fez esse Santo. Será justo deixar que o levem para uma terra distante, para um lugar que não foi ele quem escolheu? Será que o faremos um novo São Pedro quando ouviu de Jesus que “quando eras moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres.”?(João 24, 18-19) Será que seremos mais uma vez tão ingratos em não fazer nenhuma moção ao que foi feito em Poxoréu? É verdade que a União Poxorense de Escritores, em 2011, o condecorou com o título de Comendador da Memória Viva Pó-Céreu. Parece-me pouco...
Quanto tem se dito sobre a sua saúde, inclusive mental, nos últimos tempos, porém, depois de ouvir a homília proferida depois do Evangelho, homília curta, mas repleta de uma profundidade, na qual ele disse: “O evangelho de hoje nos preavisa que devemos sempre estar preparados para a nossa hora de ir. Devemos nos preparar não somente com ritos e cerimônias, mas com um coração que age, que trabalha. Preparemo-nos em comunidade, mas preparemo-nos também pessoalmente, pois chegará a hora em que o Senhor, que nos ama profundamente, nos chamará para a nossa vida”, fiquei refletindo como seria bom se tivéssemos tantos outros Pedros que nos alertassem sobre a necessidade de nos despojarmos dessas máscaras e assumirmos nosso caráter cristão. (Confesso que me perguntei também quem, de fato, está “caducando”).
A Comunidade de Santos Reis está de parabéns por essa iniciativa que, espero, seja a primeira de muitas. Aliás, inspirado numa letra de Nelson Cavaquinho “Por isso é que eu penso assim/ Se alguém quiser fazer por mim/ Que faça agora./ Me dê as flores em vida/ O carinho, a mão amiga,/ Para aliviar meus ais./ Depois que eu me chamar saudade/ Não preciso de vaidade/ Quero preces e nada mais”, sugiro que a Paróquia São João Batista, apoiada pelo legislativo, mude o nome da Praça da Liberdade para Praça Pedro Melesi. Sugiro também que, o Poder Executivo, construa uma estátua (um busto) de Padre Pedro em frente de cada obra que ele participou, algumas vezes até como pedreiro, e inaugure antes da ida dele, veremos assim, como heroica e frutuosa foi à estada desse Santo Padre em Poxoréu.
Tomara que não deixemos a ingratidão e o comodismo falarem mais uma vez, pois assim fizemos na saída de Mestre Armando Catrana... Em sua poesia “Preito” Professor Edinaldo Pereira disse:
Eu o vi em vestes pobres
Eu o vi no altar com cimento nos sapatos
Eu o vi cavalgar sob o sol escaldante
Eu o vi abençoar o povo pobre
Eu o vi correr com os meninos
Eu o vi trabalhar com os pedreiros
Eu o vi ensinar nas escolas distantes
Eu o vi sempre atarefado”,
É verdade, nós o vimos! Só espero que não o vejamos sair sem dizer ao menos Obrigado.

Wallace Rodolfo, acadêmico de Psicologia e sócio da União Poxorense de Escritores. E-mail: wallacerodolfo100@hotmail.com .