sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Poxoréu...


A TRAGÉDIA É MERA COMÉDIA?
 Texto: PROF. LUIS CARLOS FERREIRA
Condicionar repasses do FPE e do FPM à regularização de débitos governamentais é compreensível. Entretanto, é preciso avaliar as dimensões que transcendem o ato e o fato, relacionando-os com impactos incidentes – geradores de certa convulsão na corrente econômica e financeira, no âmbito circundante.
Diretamente, atinge o salário e/ou vencimento da categoria proletária – mormente àquela que sobrevive do imediato retorno de suas forças produtivas (trabalho X salário), considerando, sobretudo, a transferência que demanda desta aos pagamentos de encargos e prestações de serviços, advindos das esferas de governos, totalmente tarifadas em juros compostos (água, luz. IPTU...), além da alimentação própria e de sua família, comprada a crédito, crédito esse que é impedido de honrar – como impedido é de honrar inúmeros outros compromissos.
O desafio maior é o trabalhador cumprir sua obrigação em dia a um governo que não o paga em dia. Maior desafio é, ainda, ter que se manter calado, como que se protegendo de represálias patronais.
Legislação reguladora do pagamento dos funcionários existe... mas, ignorada em sua eficácia, engavetada entre naftalinas de gavetas sindicais (por exemplo).
Poxoréu, no limiar de 2013, vive esta tragédia – que, de confusa, assemelha à comédia: De quem é a culpa pelos problemas financeiros que estamos vivenciando, tendo nosso dinheiro retido pela gestão do executivo municipal? Não é o nosso pagamento regulado por leis (assim como o é o duodécimo do Poder Legislativo, onde os novos vereadores já receberam janeiro/2013)?
Ouve-se um zun-zun-zun de que o novo governo – que muito prometeu à categoria funcional do município, referente a avanços com melhorias no padrão salarial – até agora só tem distribuído cargos, encargos e atribuições de trabalhos.
Então, a avaliação final é a de que mesmo repassando dois vencimentos (dezembro/2012 e janeiro/2013) como está sendo propalado, um destes será totalmente para cobertura de juros atrasados – embora, no final, há de se ouvir de alguém: “brasileiro é tão bonzinho!”.
É dispensável dizer, por mera redundância, que o mês de dezembro sempre foi pago pelos ex-prefeitos no mês de janeiro com o dinheiro que chega antes do dia 10 e/ou com o dinheiro que chega dia 10 (aí diriam “o FPM está bloqueado para pagar causas trabalhistas” – como explicar, então, o repasse do duodécimo à Câmara?!).
... E, em sendo verídico que os senhores vereadores já “anteciparam” seus vencimentos (vez que não há nenhum ilícito nisso). Que bom seria envidar esforços concentrados, a bem da circulação do dinheiro do trabalhador municipal – para aquecer a economia do comércio local? Porque – ao que tudo indica – A tragédia do bloqueio está mais parecendo a comédia de algum bolso cheio (alguns recebendo, enquanto outros – não!).
PONTO DE VISTA
poxoreupdv@gmail.com

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